sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Uso as palavras


Para entender meus silêncios.

Acho que o fato de ser exagerada, sempre foi um grande problema pra mim. Sempre achei isso, sempre quis mudar confesso. Ser um de um jeito mais "digestivo", mais fácil de se lidar, de ter por perto. Tentei e não consegui. Assim como tentei apagar tantos dos meus erros, que eu cometi no passado e não consegui. É, tem coisas que são cravadas. Escritas a caneta, e não há borracha, nem borrão que apague certas coisas. A gente escreve a vida a caneta, sem chance de fazer um rascunho antes. De tirar as partes que não ficaram boas. Tem gente que pensa que ainda não se deu conta disso, e é uma pena. Eu lamento por elas, não se tocaram o quão a vida é imensa e ao mesmo tempo tão pequena. Tão pequena que escapa pelos nossos dedos, e quando a gente a percebe ela já se foi.
Por isso eu sei, não adianta querer agradar, não adianta esperar. Faça agora, grita e sinta, agora.
Não crie expectativas, FAÇA e supere expectativas, esse é o seu show. E se ao final dele, a platéia vai te vaiar, jogar tomates em você, debochar de você, não importa, o show é seu mesmo!
Cansei de querer agradar a todos, cansei mesmo. É perca de tempo. Porque é inútil, é impossível. Não adianta, as pessoas só vão ligar pros pontos negativos, pros defeitos, pros erros. É sempre assim, sempre.
Estou de verdade tentando dar valor a mim mesma, ao o que sou, ao que eu faço. E parar de tentar me mudar, de transformar no que agrada, porque além de perder tempo eu fico assim, toda frustrada. Não quero mais isso, não mesmo.


As coisas que restam sobrevivem num lugar da alma que se chama saudade

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Ela é apaixonada

Não apenas a paixão amorosa, mas também a paixão pela política, pela amizade, religião, comida, crianças, parentes, roupas, vida, morte e qualquer outra coisa que você possa imaginar. Se você necessita de sutilezas ao invés de excessos emocionais,
fuja dela.

Incapaz de viver muito tempo na calma, apaixonada por transformações.
Se você se limitar a olhar para ela, pensará que não é nada disso. Ela é tão calma e estável. Como alguém tão controlado. Pois está apenas blefando com sua frieza superficial. Por dentro suas paixões são incandescentes.
Olhe e tente ver o que se esconde por traz daqueles olhos penetrantes e hipnóticos. É muito mais do que certo que a impressão que ele lhe causou. Ou fez você pensar que ela é meiga e juvenil ou que é má e perversa. Mas não é uma coisa nem outra, ou melhor, ela é ambas.
Por trás de sua fria reserva, há um caldeirão que ferve e borbulha continuamente. Ela confundirá você com seus dois traços de paixão e razão. Ela é mestre nos dois. Ela é governada pela inteligência e pelas emoções. Ela é mais do que inteligente. É profundamente racional, preocupada com os mistérios da existência e chegará bem perto de saber as respostas. Acredite.
Ela gosta de se cercar de luxo e tem tendência a exceder na comida, bebida e no amor. Com certeza, no amor. Ela possui um temperamento explosivo, capaz de provocar uma ferida para toda a vida. Ela não só gosta de vencer, mas tem de vencer. Quando perde, alguma coisa morre em seu interior; no entanto, é comum que ela tenha boa esportividade.

Como todas as outras emoções, a decepção jamais transparece em suas feições impassíveis e suas reações são rigidamente controladas, inclusive suas intenções amorosas. Ela pode estar fervendo por dentro, mas projetará exteriormente uma calma glacial.
Pode ter tanto horror ao pecado quanto um padre, atitude que produz líderes religiosos muito dedicados, ou pode ser levado pela curiosidade a penetrar cada nuança sombria do mistério humano. Às vezes, combinam-se ambas as atitudes, resultando na hipocrisia ou ilusão.

Ela tem sua própria lei, e não se preocupa absolutamente com o que os outros possam pensar dela. Nenhuma de suas decisões é tolhida pela opinião dos amigos, parentes, vizinhos ou inimigos. Desculpe-me dizer, mas nem pela sua.
Possui honestidade, coragem e integridade para consigo mesmo. É uma verdadeira experiência vê-la agir sob as nuvens negras da adversidade. Enquanto os outros ficam murmurando e resmungando, ela está no máximo de sua força e de sua coragem. Não se entrega à inveja e a auto-piedade e acha que a vida não lhe deve nada.




Ela? Atende pelo nome de Ana Taise. Vulgo Aninha, prazer é todo nosso ;)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Despedida




Você era sol e eu queria luz. Era chuva e eu precisava de água. Éramos começo, novidade. O primeiro doce do pacote, a primeira mordida de uma boca com fome. E eu era faminta. Saboreava a vida como um tempero exótico. Eu era a cega que voltava a ver, e você era a primeira tonalidade. Enfim, éramos um doce. Um doce problema. Porque o problema de toda novidade é que o novo tem validade.

Não importa o quanto o sentimento seja legítimo: se é novo, uma hora fica velho. Com o tempo, cria artrites, os ossos enfraquecem, e como nas pessoas, o coração falha. Às vezes entope, às vezes corre. Mas tem vezes que pára. Hoje eu quis entender porque é que o meu desacelerou. Se era antes capaz de parar o tempo, decretar a paz e jurar estabilidade, hoje negou a si mesmo. Não porque era superficial, nem porque não aguentou o tranco. Sinceramente, eu nem sei bem o por quê. Só sei que hoje eu quis um pouco mais de mim e um pouco menos de você.

Não sei se chamo isso de fracasso, vulnerabilidade ou se é só uma lição pra me fazer te dar valor quando tudo não parecer mais tão seguro. Sou vulnerável às mudanças do tempo e não tenho imunidade contra o desinteresse. Ninguém tem. Ninguém que teve um brinquedo, uma música favorita ou um sentimento extraordinário saberia eternizar o impulso do início. A insatisfação, muitas vezes, é o que faz as coisas andarem. E desta vez, ela me faz andar para um lado contrário ao teu.

Por mais que a contraditória aqui seja eu. Ou que as palavras tão firmes de antes hoje pareçam poeira. Se até a dona natureza, que é sábia, tem mudanças de estações, eu - que sei tão pouco de tudo - acho que também posso ter. E posso criar meu próprio tsunami se bem entender. Correndo o risco sim, de parecer volúvel. Mas nunca me entregando à mediocridade que é viver com um coração resignado. Ou de oferecer amor em um tom apagado.

Adeus!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

"Sentir"



Há um tempo, eu respondi um teste na internet. Teste das cores. Apareciam algumas bolas coloridas na tela e eu precisava cliclar nelas em ordem de gosto. Salvei o resultado. Incrível como cabe perfeitamente no meu perfil. Uma das afirmações foi: “É facilmente afetado pelo ambiente e predisposto a abalar-se pelas emoções dos outros”. Totalmente eu. E eu quero escrever sobre as pessoas absolverem mais ou menos sentimentos alheios.

Minha filosofia, um tanto quanto involuntária, é a de retribuir. Hoje dificilmente serei grossa com alguém que me trate bem – a não ser que haja influência hormonal. Muito menos simpática com alguém que me encare com desgosto. O que eu recebo, absorvo e devolvo. Simples. Bom às vezes. Ruim em outras.

Uma palavra mal dita, um cumprimento desviado ou esnobismo exagerado podem me apagar um sorriso do rosto. Em compensação, um bom acontecimento ou receber palavras bonitas podem me fazer passar um dia inteiro feliz.

Existem pessoas que percebem sentimentos externos e conseguem rebatê-los sem tomá-los para si. Algumas delas se tornam frias. Eu poderia tentar isso. Mas ”sentir” ainda é uma característica que eu acho necessária para viver. O segredo pode ser procurar uma flor bonita no meio do caminho logo cedo.

Fórmula (in)certa!!!



Às vezes reclamamos das fórmulas de física, falamos que são complicadas, que são difíceis e para decorar até criamos frases: S=S0 + VT, vira S0rVeTe.
Mas imagine se para tudo na vida tivesse uma fórmula ou uma forma de medir, será que seria interessante? Transportando-me para um mundo com esse novo padrão, vejo com seria engraçado dizer “quero 500g de amor" ou então “eu não sou feliz por não ter decorado a fórmula da felicidade", os psicólogos seriam matemáticos e os psiquiatras iriam indicar uma cartilha ou tabuada, em vez de receitar remédios.
Se para tudo tivesse uma fórmula, talvez a magia de estar sempre sem saber o que pode acontece se perderia rapidamente. Nem sempre as fórmulas respondem todas as questões.
Nem todas as repostas tem suas fórmulas já feitas. Em alguns casos temos que cria-las e talvez ela só seja usada com êxito em nossas vidas, Einstein já dizia "tudo depende do referencial". E o que percebo é que a cada um procura sua forma do seu jeito a partir de suas referências. Certo de que um dia encontrarei alguém que se encaixe na minha perfeita fórmula (ou não).
Exigente eu?
Imagina...
...vou é cantar... \o/



"Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!

Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 25 de março de 2010

A Rotina

“A idéia é a rotina do papel
O céu é a rotina do edifício
O inicio é a rotina do final
A escolha é a rotina do gosto
A rotina do espelho é o oposto

A rotina do jornal é o fato
A celebridade é a rotina do boato
A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta é o rock

O coração é a rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele é o arrepio

A rotina do perfume é a lembrança
O pé é a rotina da dança
Julieta é a rotina do queijo
A rotina da boca é o desejo

A rotina do caminho é a direção
A rotina do destino é a certeza
Toda rotina tem a sua beleza.”

segunda-feira, 22 de março de 2010

Um Pouco de Tudo

Sou assim:
Um pouco de tudo
Um pouco de menina
Um pouco de mulher
Um pouco delicada
Um pouco malcriada
Um pouco discreta
Um pouco atrevida
Um pouco de moleca
Um pouco doce
Um pouco amarga



Metade de mim está no direito
A outra metade está no avesso
Meu lado direito é claro
Meu lado avesso é obscuro
As vezes sou como uma folha caída,levada pelo vento.
Outras, sou como uma árvore frondosa, que não se abala com nada.
Sou pobre e sou rica
Sou derivado de mim mesma
Uso adjetivos para me modificar...Sou uma divisão exata de mim!